Numa tarde de Dezembro, não lembro o dia, mas foi antes do meu
aniversário, que é no dia dez.Caminhava por uma rua bonita e bem
cuidada na cidade de Brasília. À direita é possível ver as torres do Congresso
Nacional, lá no fim da Esplanada. À esquerda, há uma longa calçada que perde
seu caminho ao topar com um “metro quadrado”, no qual duas árvores brigam por
espaço.
Brigam?!
Mas que presunção!
Talvez elas estejam lá há tanto tempo que já aprenderam a conviver com a crueldade do aperto em que foram colocadas, e se acostumaram com a dor de verem em sua frente o imenso gramado que encorpa o Eixo Monumental da cidade em forma de avião.
Mas que presunção!
Talvez elas estejam lá há tanto tempo que já aprenderam a conviver com a crueldade do aperto em que foram colocadas, e se acostumaram com a dor de verem em sua frente o imenso gramado que encorpa o Eixo Monumental da cidade em forma de avião.
Talvez elas pensem: “Bem que poderíamos estar na primeira classe deste
voo”.
O voo que amontoa pés de jamelão em pequenos canteiros nas calçadas,
engessadas, de cimento e, ao mesmo
tempo, ostenta quilômetros de gramados onde aquelas duas parceiras poderiam
espalhar sua estirpe à vontade.
Olho aquelas grandes árvores e imagino o tamanho de suas raízes sobe o
piso. Suas veias inutilizadas pela impermeabilidade do concreto.
Talvez elas dividam bem a pouca água que entra pelo pequeno espaço do
canteiro que compartilham. Ou será que vivem a lei do mais forte?
Não!
Em tão pouco espaço, prefiro acreditar que optam pela civilidade.
Afinal, elas são ilustres moradoras da Capital do País, e precisam ser exemplo
de respeito à coletividade. Aqui há muita gente formada que não sabe disso.
Numa olhada mais detalhada, parecem me olhar de volta, e como se
estivessem ouvindo meus pensamentos; imagino-as dizendo:
-Ei! “Aqui é pequeno, mas dá pra nós dois”.
Danyel
Barros Galvão. - PRONATEC
CURSO DE PROGRAMADOR DE SISTEMAS - IF ZONA RURAL
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