VIII Congresso Brasileiro de
Agroecologia
Tema:
“Cuidando da Saúde do Planeta”. Porto Alegre, 25 a 28 de novembro de 2013.
Quero agradecer ao
IF SERTÃO-PE por me oportunizar a participação nesse congresso. Voltei muito
animado com o que vivi nesses dias em Porto Alegre, estamos conseguindo mudar
nosso planeta para uma situação mais saudável, mesmo com todo atual pujante
agronegócio brasileiro. Existe um grupo muito grande de pessoas interessada
nisso. Participaram mais de 4000 pessoas no congresso, 1055 trabalhos
acadêmicos publicados na Revista Brasileira de Agroecologia (B3), e havia uma
sintonia, um sonho comum, um pensamento novo que poderá nos ajudar a sair da
crise que nos metemos, um pensamento diferente daquele que criou a crise,
parafraseando Albert Einstein que foi citado pelo teólogo Lonardo Boff, na palestra
de abertura do evento.
Segundo o teólogo,
devemos parar de pensar que a terra nos oferece recursos naturais, ela nos
oferece sim bondades da natureza. Falou-se de Gaia e de Pachamama (da língua quíchua Pacha, "universo", "mundo",
"tempo", " lugar", e Mama, "mãe", "Mãe
Terra"). Eu, também teólogo, diria que na terra dispomos das
bênçãos de Deus.
Boff citou algo
muito interessante: o legado do primeiro satélite artificial a entrar em órbita
em 4 de Outubro de 1957, o Sputnik. 1º, vendo a terra
somos uma única humanidade, 2º, passamos a ter uma consciência planetária, 3º,
somos uma terra de extrema fragilidade flutuando no nada do espaço.
Ainda comentando a
fala de Boff, estamos crucificando a terra; se não fizermos um pacto estaremos
arriscando a verdade da vida. Estamos sendo hostis com a terra, estamos doentes
porque não estamos cuidando dela, porque ficamos antropocêntricos,
esquecemo-nos da nossa essência humana, que advém do termo “húmus”, que
significa terra boa e fértil, terra arável e cultivável. Estamos num exílio,
longe da nossa origem, desligados. Precisamos de uma religação com nossa
origem, com nosso Deus.
Todos os seres vivos
não são muito diferentes, possuem os mesmos 20 aminoácidos essenciais, 4 bases
fosfatadas que são a base do mesmo tipo de codificação da vida chamado DNA. A
ecologia que ensina desde a espécie de indivíduo, as populações, as
comunidades, os ecossistemas, os biomas, a terra, cooperam entre si para
manterem a vida, não é uma competição vencida pelos mais fortes e evoluídos. A
terra é um ser vivo, que se mexe, é vida, que obedece a comandos de uma
complexidade e perfeição que nos causa temor e tremor. Nós estamos aqui para
cuidar dela. Cuidar da Saúde do Planeta. Ou não? Estaríamos aqui apenas para
enriquecer com os materiais valiosos aqui existentes?
Com a agroecologia
prega-se essa origem dos sentidos da humanidade e do planeta, evocamos a
cooperação que nos é inerente, sentimento e paixão nos são naturais, razão
sensível nós temos e devemos usá-la. É na paixão que residem os sonhos para
mudar a realidade, a ética do bom samaritano.
Alguns dos
palestrantes estrangeiros mais importantes foram todos unânimes em dizer que o
Brasil hoje é liderança em agroecologia, considerando que temos legislações,
grupos, redes, recursos, experiências, projetos. Isso foi dito por Miguel
Altieri (UC Berkeley/SOCLA), Stephen Gliessman (UC Santa Cruz), Eduardo Sevilha
Guzmán (Univ. Córdoba), Manuel Gonzalez de Molina (Unid. Pablo de Olavide/SEAE).
É necessário
comunicar isso ao Brasil. Nossa grande imprensa vem barrando essa notícia. Nós
precisamos divulgar o que somos e fazemos.
Silver Jonas Alves Farfan. Professor IF
SERTÃO-PE, Petrolina Zona Rural.
02 de dezembro de 2013.
Um comentário:
Caro Professor Silver Jonas,
Nosso blog lhe agradece por sua participação em nossos comentários, bem como por inserir o texto sobre o Congresso Nacional de Agroecologia.
Sabemos que as reflexões se tornam mais contudentes, necessárias e com possibilidades de grandes mudanças, quando o nosso comportamento muda. E assim, a natureza nos parabenizará. Aguardaremos outros textos e comentários. É valiosa a sua contribuição para nossa aprendizagem. Um grande abraço. Professora Antonise
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