Zé de Ciço, Meu Vô
A velha cadeira continua lá, no mesmo lugar, apesar de
existir cadeiras novas ele faz questão de consertar a velha.
Este é meu avô, José
Rodrigues da Silva, nome que até agora eu mal lembrava devido ao costume de
todos os chamarem de “Zé de Ciço”. Até
hoje me pergunto o porquê desse “Ciço” e
até hoje nunca achei resposta.
O humor do meu “vô”
(é assim que eu lhe chamo) está sempre dividido em duas fases: os dias
estressantes e os dias em que ele fica muito bem humorado (esses são os
melhores). Gosto sempre de ouvir suas histórias, de escutar seus comentários,
principalmente. Tudo isso porque ele tem sua forma própria de falar, seu
costume de abreviar palavras me deixa curiosa. Um exemplo disso é que ao invés
de falar “mais ou menos” ele sempre diz :
-“Mareno”.
Eu sempre ficava imitando e achava tudo muito engraçado, mas
não sei se essa forma de falar é devido à idade dele, ou a pancada que ele
recebeu quando era mais jovem, mas que o marcou pra sempre. Realmente a vida do
meu “vô” foi uma grande história e uma delas é esta:
Antes de ser esse
homem trabalhador, agricultor e morador do sertão, meu avô morava na capital, e antes de ficar velho
e ter a pele fragilizada, Zé de Ciço já foi um jovem bonito e foi devido a essa
tal “boniteza” que uma moça muito charmosa se interessou por ele. O problema
é que seu amigo também gostava da moça e ao perceber o que estava pra
acontecer tramou uma cilada contra ele e o agrediu na cabeça com uma barra de
ferro. Ele ficou muito tempo no hospital, mas isso é história antiga, no fim
das contas , meu vô conheceu minha avó
D. Arlete e estão casados até hoje ‘entre tapas e beijos’ como ele mesmo diz:
-“Nós se demos certo, dois desmantelados.”
Bom, no fim de tudo eu sou apenas mais uma de tantas netas que não convive tanto com ele, mas que sempre
se diverte com suas histórias e que admira seu jeito e seu talento pra
consertar coisas que estejam quebradas,
esquecidas e velhas. Meu “vô”, Zé de Ciço só não consegue consertar o jeito
estressado, engraçado, errado ao falar, e teimoso mais que uma mula. Seu nome
poucos lembram, mas todo mundo o chama
de “Zé de Ciço”.
Aluna:
Isabela da Silva Santos
Turma: 4206
2.
Minhas férias no
Capim
Nas férias de dezembro no Capim, povoado que fica a cerca de 30 km de
Petrolina, lugar conhecido pela tradicional corrida de burros e jegues, a
‘Jecana’, idealizada pelo radialista Carlos Augusto, aconteceram muitas coisas legais. Eu e meus amigos andávamos a cavalo
todos os finais de semana, íamos ‘pro mato’ correr atrás de bois e jumentos. Isso
se tornou uma prática bem comum entre nós.
Durante a semana, eu trabalhava o
dia inteiro com meu pai. Era muito bom, pois ele me dava dinheiro todos os
dias, mas esse dinheiro não durava muito, porque à noite eu e meus amigos saíamos
para os outros projetos vizinhos como N-9,10 e 11.
Às vezes, íamos a Petrolina e com essas voltas meu dinheiro que eu suei
para ganhar foi embora apenas em uma noite.
Tudo isso era rotina.
Todos os dias era a mesma coisa, mas eu não
enjoei, nas próximas férias, quero que seja tudo do mesmo jeito. Minhas férias
foram perfeitas!
Imagem da Jecana no Capim - PETROLINA-PE |
Autoria: Raryson Gabriel
Turma:4105
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