Foto tirada do Rio São Francisco do barco que Antonise atravessava para a ilha do Massangano. - Acervo pessoal Professora Antonise |
O CORPO PRANTEIA
Tarde da noite, sentada no sofá
A sertaneja busca lembranças que não vêm
Nesse intervalo, há um vazio
De dedicação,
De emoção,
Em vão, percebe que precisa
De tradução.
Não quer certa paixão.
- Vamos deixar isso acabar, mulher!
Briga com o corpo
Que geme desamparado.
A mente se contorce
E esvazia o íntimo e o pudor
Existe um buraco de insatisfação no ser
Uma voz que chega a cochichar:
- Vamos rezar, mulher!
Saída para a serenidade
Exorcizar e refazer o caminho
Fragmentos para a lucidez
Batalhas solitárias com corpo
Que geme desamparado.
Adormece e no meio dos sonhos,
Reencontra o afeto perdido n'algum lugar.
A voz chega mais uma vez
- Vamos acordar, mulher!
Bem longe, ouve uma canção do lado de lá
"É claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem..."
E em cada passagem do tempo,
aparece a voz que clama para o corpo que pranteia.
Antonise Aquino
Fevereiro de 2019.
7 comentários:
Belíssimo poema....me fez lembrar tempos atrás que estudava no primario que ensaiamos essa musica...
É claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem..."
Belíssimo poema 👏👏
ótimo poema gostei muito
Muito criativo,bom mesmo!
Muito top,parabéns gostei muito!
Ótimo poema 👏🏼
Que lindo,Professora!
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